domingo, 29 de outubro de 2017

Efêmero

Um sopro de ar fresco na narina;
Vindo do nada, bem-vindo à minh’alma.
Renova a vida, rompe minha casca,
E deixo de ser aquela lagarta...

Minhas asas florescem, assim posso
Nadar em seu vento, em sua brisa.
Surgiu-me súbita assim, para mim...
Fez-me tua borboleta: Guia-me.

Sem ti não voo e sem ti não vou;
Pois tua essência no ar me sustenta
E eu era tão fechado em casulo;
No escuro antes de te conhecer.


Contigo eu posso ser, então crescer.
Neste lapso período contigo
Meu eu ganhou cores, e isto é lindo.

De repente perdi o rumo. Só
Porque eu fiz uma guinada errada,
Num efeito borboleta desabo.

Senti o voo, senti o calor,
Levitei no quente escoamento
E no vácuo perdi todo o valor.

As cores ficam tênues e eu caio...
Num baque surdo estatelo no chão.

Então teus ares volvem a soprar,
Asas novas me revolvem, no ar.

De supetão eu perdi tudo. Só.
Sem fôlego, meu ser dá nó, definha...

É tão efêmera a vida das borboletas.

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