domingo, 20 de janeiro de 2019

Noites insones (insanas)


Naquele instante o mundo era diferente,
Branco e preto ainda, mas mais distorcido.
As palavras que lhe atormentavam a mente
Saíram como um disparo impetuoso.

Gatilho sensível, bastou um segundo;
O fim percorreu o cano corroído,
Fez de vítima aquele amigo inocente,
A bala perdida com destinatário.

Na calada da noite voltam os demônios,
Com alguns demônios novos. Torturam
O ser perturbado que findou aquilo.

Solitário, sabe o que fez, não sabe
O que faz, tampouco o que deve ser feito.
No mesmo lugar ele se martiriza.

Segundos escoam vagarosamente;
É injusto tudo mudar de repente?

Sua existência difusa lhe sabota.
Só lhe resta aceitar a pesada sina...

De ficar sozinho a contemplar a Lua...