quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Caixa de Pandora

O que aconteceria se, da noite para o dia, as cores do semáforo fossem invertidas? Digo, verde para vermelho e vice-versa. Não seria tudo tão belo e caótico?

Logicamente, só funcionaria se existisse uma porção de semáforos normais na cidade. Pelas proximidades dos alterados, para um melhor resultado.
O truque justamente é este: "não mexa em todos, porra!".

Até poderia deixar de ponta-cabeça, alguns outros semáforos. Cores mistas, ou duas cores distintas acesas concomitantemente. Luzes se alternando ou luzes roxas e pretas sozinhas debochando do condutor. Cores secundárias, terciárias, pentelhárias. De baixo para cima, dois circulozinhos em baixo. Um acima desses dois e mais outro acima deste um. Uma figura bem fálica. Com luzes brancas, quem sabe? Acendendo de baixo para cima. Ou acendendo todas juntas.
Ou até cortar a energia de diversos postes de cantos diferentes da cidade. Uma ótima e clichê idéia. 

Uma cidade pequena não possui tantos guardinhas de trânsito para tomar lugar de uma enxurrada de semáforos defeituosos. Nem tantos apitos. Mesmo que revire os "um-e-noventa-e-nove's". Todos os objetos irritantes e diminutos de sopro foram descartados, e babados, em festas matrimoniais ou enterros. Em campeonatos mundiais de trogloditas correndo atrás de esferas confeccionadas por designers, bem formados. Bem informados. Não deformados. Mais engenhoso ainda seria estourar todos os semáforos.

Mais engenhoso ainda seria trocar placas de sinalização de trânsito. O que é direita vira esquerda. O que é "não estacione" torna-se "lombada à 100 metros". O que é todo vermelho torna-se todo branco. Adultozinhos e criançonas atravessando a rua se transformam em 80 km/h. 

Mesmo coisas simples como arremessar pedras, estes agregados minerais, em janelas, geram caos. Esse negócio que é uma caixinha de surpresas. Uma caixa de Pandora.

O que aconteceria se eu desse um tiro para cima?

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