sábado, 1 de janeiro de 2011

Penumbra

Latas e lacres
Bailam em vento.
Metal alumínio,
Todo talento.

Olor marcante.
Uréia de felino
Ou canino,
Humanóide errante.

Sobe e cai,
Entra não sai.
Sorvo sujo
Ar impuro.

Barata, barato.
Rata, rato.
Lixo, lixa.
Bicho, bicha.

Apito irônico
Da justiça.
Corre polícia,
Dever perene.

Silvos da dor
Alheia mas longe.
Ambulância voeja,
Vai longe sirene.

Latidos, latadas,
Invariáveis.
Folhas frágeis
E aladas.

Auto ligado,
Auto freado.
Porta aberta,
Porta porrada.
  
Ouço “Cafajeste”,
Ouço “Vagabunda”.
Rio depois,
Briga de dois.

Sadismo engrossa,
Lamento o sorriso.
Lugar de bosta,
Distante o paraíso.

Oro prece,
“Finda tortura”.
Não acontece.

Demando à lua,
Coisa alguma.
Lombo em chão,
Domínio da solidão.

Poste ligado,
Poste falhado.
Denso apagão.

 Efeito Doppler,
Sirene que vem,
Carrega morte,
Vagões em trem.

Lua cheia,
Lua nova?
Estou sem meia?
Estou na cova.

Beco inverno.
Pulsada do peito.
Seco inferno.
Ermitão pernoite.

Crânio e concreto,
Cadáver ereto.
Incompleto
Sem teto.

“Com elegância,
Morte, vem cá,
Pratica redundância”

Arredor endoida,
Escarra, esmurra.
Sabor da loucura,
Penumbra na rua.

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